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Mantendo o e-Tráfego da África na África: Um Olhar Sobre as Iniciativas em Andamento

3 de marzo de 2014
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Na maioria dos países africanos, se você enviar um e-mail para o outro lado da cidade, ele fará uma jornada longa e tortuosa para a América do Norte, a Europa ou até mesmo o Japão antes de chegar na caixa de entrada do destinatário pretendido. Isso custa dinheiro em tarifas de conexão internacional e também resulta em uma série de problemas de latência. Esse problema estrutural reflete dificuldades semelhantes com a infraestrutura de telecomunicações da África: as chamadas entre dois países africanos são primeiro encaminhadas para outros continentes.

Os Pontos de Troca de Tráfego (PTT) locais permitem que um país encaminhe todo ou a maioria do seu tráfego interno da Internet dentro de suas fronteiras, assim, economizando dinheiro e aumentando a velocidade de conexão. Portanto, os PTTs criam, na verdade, uma "câmara de compensação". O objetivo é simples e pode ser resumido pelo mantra do PTT: "manter o tráfego local no local".

Em um futuro não muito distante, os PTTs regionais, e talvez até um Ponto de Troca continental, permitirão que os países africanos se comuniquem entre si sem terem que esperar que a mensagem dê uma volta ao mundo. Talvez com a chamada de VOIP (Voice over Internet Protocol, Voz sobre IP) isso também começaria a resolver o problema paralelo das telecomunicações. Tudo isso dependerá das iniciativas regionais e nacionais sendo realizadas na África. Até o momento, as principais barreiras para os PTTs são, em sua maioria, políticas e regulatórias. Na realidade, para fazer qualquer plano de ação de PTT/peering sair do papel é necessário 10% de trabalho técnico e 90% político.

A questão é que há muitas vantagens em desenvolver a interconexão direta, sendo que os principais motivos são o custo, a redução da latência e a maior largura de banda. Não há nada que impeça o desenvolvimento de um ponto de troca de tráfego na África para se encarregar pelo tráfego entre os países africanos.

A AUC (African Union Commission, Comissão da União Africana) lançou o Projeto AXIS (African Internet Exchange System, Sistema de Troca de Tráfego Africano) a fim de fortalecer os programas nacionais e a cooperação regional para o desenvolvimento de Pontos de Troca de Tráfego Regionais. A Comissão notou que, atualmente, a África está pagando para operadoras internacionais fazerem a troca do tráfego "local" (continental). Na verdade, uma pesquisa recente afirma que a África está pagando bem mais de US$ 400 milhões por essas conexões. Esse é um modo caro e ineficiente para administrar a troca de tráfego da Internet entre os países.

O projeto AXIS tem como objetivo manter o tráfego de Internet da África local fornecendo o desenvolvimento de capacidades e a ajuda técnica para facilitar o estabelecimento de Pontos de Troca de Tráfego e Pontos de Troca de Tráfego Regionais.

No entanto, para que isso aconteça, a infraestrutura de banda larga nacional e regional deve estar instalada. O crescimento espetacular do setor móvel não se repetiu no setor da Internet, uma vez que o acesso africano à banda larga tem sido muito limitado na última década.

A penetração da Internet na África foi de cerca de 11,5% em 2011. Com o avanço do cabeamento submarino pela costa africana, o continente está emergindo, de maneira lenta, mas constante, de uma era caracterizada por preços excessivamente altos, taxas quase nulas de penetração de banda larga e modelos regulatórios autodestrutivos.

A revolução da largura de banda na África está próxima, trazendo consigo o crescimento econômico, a transformação social e as oportunidades comerciais que acompanham o acesso à banda larga.

O próximo passo importante é imaginar um mundo de regulações africanas que seja "agnóstico" quanto à tecnologia; um mundo em que seja possível a discagem de IP ou VOIP. As chamadas seriam feitas usando uma Internet conectada por meio dos PTTs regionais ou um ponto de troca de tráfego da Internet para toda a África. Pense em todo o dinheiro que seria economizado por não encaminhar as chamadas regionais de telefones ou o tráfego de IP para fora do país!

Essas iniciativas são um grande passo no esforço para impulsionar a penetração da Internet, promover a inovação e o desenvolvimento de conteúdo local e incentivar o setor de DNS africano que já está em crescimento.

Tudo isso faz parte do futuro da África. A questão não é mais "Vai acontecer?", mas sim "Quando isso vai acontecer?" E a resposta para essa pergunta está nas mãos do povo africano.

Bob Ochieng é Gerente da Participação de Partes Interessadas da África Oriental

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Bob Ochieng

Bob Ochieng

Sr. Director, New gTLD Subsequent Procedures