A Libéria é um dos países que visitei como parte do programa de divulgação na implementação da estratégia da ICANN para a África. Estive na Monróvia nos dias 19 e 20 de dezembro de 2013.
Hoje em dia, percebo que está cada mais fácil viajar de avião na África, embora o custo e também as escalas inevitáveis antes de ir de uma cidade para a outra continuem sendo os principais problemas.
Durante minha visita de dois dias na Monróvia, tive a oportunidade de conversar com pessoas de vários grupos de partes interessadas. Tive o privilégio de encontrar-me duas vezes com o Honorável Ministro de Correio e Telecomunicações, o Dr. Frederick B. Norkeh.
É muito interessante observar que todas as partes interessadas estavam concentradas na redelegação do nome de domínio .lr. O motivo parece ser diferente para cada uma delas:
- Nos ajudará a ganhar dinheiro
- É nossa identidade
- É uma questão de segurança nacional
- Está na hora de assumir o gerenciamento técnico, pois agora o país dispõe de capacidade humana.
Não posso afirmar quem está certo ou errado. Simplesmente está na hora de os países africanos gerenciarem e gerenciarem bem os ccTLDs para o bem de toda a comunidade da Internet. Isso requer recursos técnicos, recursos humanos e também uma comunicação permanente entre o ccTLD e a comunidade local.
Muitas pessoas realmente não têm conhecimento sobre nomes de domínio, porque só querem usar os serviços na Internet. Querem enviar seus e-mails ou disponibilizar informações on-line. Estamos tentando fazer com que entendam o básico sobre os nomes de domínio. As pessoas que dirigem carros têm um conhecimento básico sobre manutenção. O mesmo se aplica aos usuários da Internet. O nome de domínio é o que dá uma referência ao seu endereço de e-mail ou ao seu site. Todos podem ter um domínio pessoal ou usar um já existente criado por outra pessoa. Ele pode ser genérico (.com, .org, …) ou específico por país (.uk, .bj, .tz, .lr, etc.).
Antes de me juntar à ICANN, costumava perguntar a vários gerentes de ccTLDs por que era tão caro ter um nome de domínio em um ccTLD enquanto você pode pagar alguns dólares para ter um nome de domínio genérico. Fui informado que essa era a única maneira para eles recuperarem seu custo operacional. Também fui informado que as pessoas devem ser "patriotas" e usar seus ccTLDs.
Embora concorde que os ccTLDs precisem de dinheiro para suas operações, acho que uma boa política que promova o interesse das pessoas em usar um ccTLD reduzirá consideravelmente o custo do registro.
Desde o início da implementação da Estratégia Africana em janeiro de 2013, a ICANN tem ajudado a comunidade africana a proteger melhor seus ccTLDs por meio do projeto Roadshow de DNSSEC. Acredito que isso também pode ajudar a trazer mais confiança para a comunidade. Assim, mais pessoas tomariam a decisão de obter um "ponto-meu_país" com a expectativa de que os e-mails serão enviados e que o site não ficará fora do ar.
Fico feliz que muitos países africanos com problemas de redelegação entendem que as questões dos ccTLDs não dizem respeito exclusivamente a um agente específico no país. Um consenso nacional é a melhor opção!
