Na semana passada, tive um momento flashback, um déjà vu, por assim dizer, quando demos as boas-vindas a sessenta alunos universitários de graduação no escritório da ICANN de Washington, D.C.
Era o ano de 2004. Tinha acabado de me formar na universidade e estava prestes a ingressar em um mercado de trabalho frágil nos Estados Unidos. Não havíamos ainda nos recuperado totalmente do estouro da "Bolha da Internet". Grandes corporações, como a Enron, haviam ruído. Os ataques terroristas do 11 de setembro ainda estavam frescos em nossas mentes e apenas um ano havia se passado desde que o país entrara no que seria um prolongado conflito militar no Iraque, além da guerra que já estava em andamento no Afeganistão. Muita incerteza dominava os pensamentos dos novos formandos daquele ano.
No entanto, uma coisa estava clara. Para mim, era fundamental conhecer o máximo de pessoas possível na força de trabalho de importantes organizações líderes do mercado, independentemente de sua função. As pessoas que conheci disseram que era igualmente importante para elas conectarem-se a jovens recém formados na universidade para identificar se as habilidades desses alunos atendiam às suas necessidades, e começar a formar relacionamentos com candidatos em busca de talento.
Passa o tempo e, na semana passada, eu e meus colegas olhávamos para algumas dezenas de alunos do outro lado da mesa em circunstâncias semelhantes, se não mais difíceis, procurando trabalho. O mundo ainda está se recuperando de uma recessão devastadora, as organizações são obrigadas a fazer mais com menos e o mercado para talentos nunca foi tão avançado e competitivo, com organizações globais explorando talentos de uma gama maior de países.
Os sessenta alunos que recebemos de faculdades e universidades dos EUA e do exterior estão definitivamente em uma posição vantajosa. A participação deles em estágios e seminários por meio do The Washington Center fornece oportunidades desafiadoras para trabalhar e aprender em Washington a fim de obter crédito acadêmico e fazer conexões inestimáveis.
A ICANN juntou-se a uma lista de organizações, que inclui o Departamento de Justiça dos EUA e o FBI, visitadas pelos alunos durante sua estadia em Washington. Um grupo dedicou-se à segurança cibernética e o outro à ciência política e relações internacionais. Eles receberam um resumo detalhado da equipe da ICANN e tivemos um debate produtivo sobre o ecossistema da Internet, a transição da administração de IANA (Autoridade para Atribuição de Números na Internet), problemas de segurança e o novo programa de gTLDs. A equipe da ICANN também compartilhou sobre os "caminhos para a ICANN", destacando os históricos diversificados dos membros e as experiências que eles agregaram à organização. Nossa mensagem principal foi que, independentemente da área de estudo ou formação, nunca se sabe aonde nossas experiências de trabalho podem nos levar.
Sejam quais forem as carreiras que esses sessenta talentosos líderes emergentes escolherem, tenho certeza de que serão excepcionais em tudo o que fizerem. Eles serão inovadores e levarão suas organizações para um nível superior e, daqui a dez anos, quem sabe? Eles próprios poderão estar onde estou agora: no outro lado da mesa compartilhando tudo o que aprenderam pelo caminho.
Joe Catapano é coordenador da Participação Global de Partes Interessadas da ICANN na América do Norte.